Um relatório divulgado pela ONG Oxfam, em fevereiro passado, revelou que as mulheres são responsáveis por 75% de todo o trabalho de cuidado não remunerado no mundo. Elas são enfermeiras, faxineiras, trabalhadoras domésticas e cuidadoras. Ainda segundo o relatório intitulado “Tempo de cuidar”, em média, 42% das mulheres não conseguem trabalho remunerado porque são responsáveis por todo o trabalho de cuidado, enquanto que entre os homens esse percentual é de apenas 6%.
Os dados deram o tom da fala do presidente da Associação do Comércio de Insumos Agrícolas (Aciagri), Adilson de Campos, nesta terça-feira (10), durante um chá de mulheres organizado pela entidade em Luís Eduardo Magalhães. “Esse encontro será um marco entre as iniciativas da Associação envolvendo a questão de gênero. Já nesta edição, tivemos a adesão e a participação expressiva de muitas revendas e de mulheres atuando em diferentes cargos e funções dentro dos canais de distribuição”, disse Adilson.
Em quase 17 anos de fundação, esse é o primeiro ano que a Associação promove um evento exclusivo para o público feminino. De acordo com a comissão organizadora, mais de 50 mulheres participaram do encontro que, além das abordagens sobre a dupla jornada de trabalho e a luta histórica das mulheres no mercado de trabalho, teve um bate-papo com a psicóloga, Graciele Nascimento, com o tema: Indo ao encontro com meu Eu: quem sou eu?. “Nós somos reflexo daquilo que alimentamos diariamente. E o que tem nos alimentado? Essa é a chave para o autoconhecimento e a autoconsciência”, pontuou Graciele.
Atualmente, a Aciagri representa mais de 50 canais de distribuição do Oeste da Bahia e gerencia três centrais de recebimento de embalagens vazia de defensivos agrícolas: Barreiras, a maior do país em volume processado com capacidade anual de 1,6 mil tonelada, Roda Velha e Rosário, considerada a terceira maior da região nordeste do país, além de outros três postos de recolhimento: Panambi, Coaceral e Campo Grande. Por ano, a Associação atende mais de 1,1 mil produtores e retira do meio ambiente mais de 3 mil toneladas do material, o que representa cerca de 90% de todo o material recolhido na região Nordeste do país.