Em entrevista exclusiva à Revista ANDAV em Ação, o Secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio, fala sobre o momento e faz um resumo das principais medidas que estão no âmbito do Ministério da Agricultura
A COVID-19 tem pautado o ritmo de todos os setores em todo o globo. Na Agricultura Brasileira não está sendo diferente. As rotinas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estão intensificadas e o Secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio, afirma que a mobilização está sendo grande em todo tempo.
No início, o foco principal foi definir as atividades essenciais que não podem parar, garantindo a continuação do abastecimento de alimentos à população brasileira. Embora tenha sido relatado problemas pontuais em algumas regiões, a falta crônica de produtos não aconteceu.
“A nossa primeira mobilização foi para isso. Na sequência, fizemos outras ações como, por exemplo, o protocolo do transporte de cargas para tranquilizar os agentes que operam no setor sobre os cuidados necessários, os prefeitos e autoridades estaduais de que, com providências mínimas, o risco era baixo. Em outros protocolos, beneficiamos o funcionamento das feiras livres e a flexibilização do comércio de leite entre laticínios”, relata Eduardo.
Para o Secretário, tudo o que está sendo feito tem um objetivo principal: a manutenção do fluxo do comércio. “Entendemos que o mais importante é não parar de vender. Neste sentido, tivemos um esforço grande e a Agropecuária, enquanto grande setor, é o menos impactado com os reflexos da pandemia. Não podemos esquecer que mercados como o de flores, peixes e etanol estão sofrendo queda nas vendas, mas na média, o setor não está ruim”.
Sobre o Plano Safra, Eduardo acredita que chegará no início de junho deste ano, mas para isso, um projeto de lei, importante para o orçamento do plano safra (e de muitas outras ações), precisa ser aprovado pelo Congresso. “Estou confiante e por enquanto não temos nada que sinalize o contrário”, destaca.
Questionado quanto às expectativas em números para o Seguro Rural em 2020, a resposta é 1 bilhão de reais. Ele esclarece: “para aplicar este bilhão inteiro, a lei citada acima precisa passar. Grosso modo e arredondando os números, já foram gastos 260 milhões de reais em uma fonte. Agora temos 740 milhões de reais esperando por aprovação. As taxas de juros ainda estão sendo discutidas”.
Eduardo Sampaio avalia ainda uma oportunidade aos distribuidores de insumos agrícolas. Segundo ele, por estimativa, a próxima safra precisará de 418 bilhões de reais em recursos, e mais de 60% desse valor será gasto com a compra de insumos que, em sua grande maioria, são adquiridos nos distribuidores e revendas. “Temos a consciência de que o anúncio do Plano Safra o quanto antes dará um sinal positivo ao mercado, em especial para quem vende insumos, como os associados ANDAV”.
Em última análise, o Secretário vê a chance do Brasil se firmar como supridor confiável de alimentos: “O mundo está nos olhando. É muito importante mantermos o mercado neste momento e tratar bem os clientes quando estão frágeis. Quando o seu parceiro está fragilizado e você está em uma situação de força, é o momento de tratá-lo bem. Esperamos que o Brasil saia da crise como um exportador ainda melhor e maior do que somos hoje”.
Fonte: ANDAV