
Durante os dias 05 a 07 de outubro, Luís Eduardo Magalhães sediou o II Encontro de Engenheiros Agrônomos da Região do MATOPIBA. O evento é uma promoção anual do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia – CREA, Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA – MUTUA – BA e da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Luís Eduardo Magalhães – AGROLEM.
Nesta edição, entre os diversos assuntos que envolvem a cadeia produtiva, esteve o trabalho de logística reversa das embalagens vazias de defensivos agrícolas, tendo como painelista a gerente da Central Campo Limpo de Barreiras, Ana Mércia Brandi. A unidade considerada a maior em volume processado do país é gerenciada pela Associação do Comércio de Insumos Agrícolas (Aciagri) e o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) que representa a indústria fabricante.
Com a implantação da Lei nº 9.974/2000, cada um dos agentes atuantes na produção agrícola do Brasil cumpre um papel estratégico no processo de recolhimento e destinação final das embalagens vazias de defensivos agrícolas, como elos de uma cadeia integrada. A responsabilidade compartilhada entre a indústria, os canais de distribuição, os agricultores e os poderes públicos é considerada o principal fator de sucesso do Sistema Campo Limpo - denominação do programa gerenciado pelo inpEV para realizar a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas em todo o país.
Segundo Brandi, com a legislação, cabe aos produtores rurais a responsabilidade de devolver as embalagens devidamente lavadas e inutilizadas nos locais indicados pelos agentes de distribuição na nota fiscal de compra. Os estabelecimentos comerciais e as cooperativas, por sua vez, além de fazerem essa indicação, devem dispor de local adequado para o recebimento das embalagens. Aos fabricantes compete promover sua destinação final adequada, o que exerce por meio do inpEV. Já o governo responde pela fiscalização, pelo licenciamento das unidades de recebimento e pelo suporte aos fabricantes na promoção de ações de educação ambiental e de orientação técnica necessárias ao bom funcionamento do sistema. “ Desde 2005, o Brasil é líder mundial na destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas, cerca de 94% das embalagens plásticas primárias (que entram em contato direto com o produto) e 80% do total de embalagens vazias que são comercializadas têm destino certo, no Brasil”, disse.
De acordo com estatísticas divulgadas pelo inpEV, no país, nove em cada dez embalagens de agrotóxicos são devolvidas pelo produtor rural para serem recicladas ou incineradas. Enquanto, Alemanha e o Canadá, referências na questão ambiental, recolhem 76% e 73%, respectivamente. Nos Estados Unidos, apenas 30% recebem um destino correto.
OESTE BAIANO
De acordo com dados divulgados pelo inpEV, durante o ano de 2016, o Sistema retirou 44.528 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas em todo o Brasil. Nos campos do Nordeste, foram 4.953 toneladas, ou seja, 11% do total destinado no país de material. Segundo o Instituto, 58% do material foi oriundo de propriedades atendidas pela Aciagri que, na Bahia representa 90% do recebimento total.
Atualmente, a Aciagri também gerencia outras duas centrais Sistema Campo Limpo no oeste baiano: Roda Velha e Rosário - considerada a terceira maior do nordeste do país, além de outros três postos de recolhimento: Panambi, Coaceral e Campo Grande. Para 2017, a meta é retirar do meio ambiente 2.816 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas.